segunda-feira, 19 de março de 2012

3 Benefícios da Compaixão

Existem 3 benefícios da compaixão:

1: O benefício imediato para quem é ajudado, que vê um fardo ser levantado.

2: O benefício para quem ajuda, porque enfrenta um objectivo, "agarrando a batata quente", tornando-se mais sábio e mais capaz de enfrentar problemas no futuro.

3: Faz-nos ver que estamos todos no mesmo barco, que somos todos iguais, todos frágeis, que merecemos todos ser ajudados, mas que somos todos capazes de grandes feitos.

Não querer ajudar é estimular impulsos negativos (o medo, o apego, e o ego), com consequências destrutivas para o futuro como a ira, egoismo, mesquinhez, estupidez, etc.

Praticar a compaixão a todos os momentos estimula o corpo e a mente, e ajuda o próximo, criando uma sociedade mais justa.

quarta-feira, 7 de março de 2012

10 meses de renúncia

10 meses volvidos depois de deixar as drogas e converter-me ao budismo, apetece-me escrever algo sobre o meu percurso. Naquela altura, estava derrotado pela vida e pelo meu vício. Mas tomei a decisão: não voltar a tomar aquelas substâncias, renunciar a tudo o que me pudesse excitar a mente, principalmente de forma nefasta, a viver de forma mais saudável e despojada. E consegui o meu intento. Agora sinto-me cheio de vida, renascido, com uma nova consciência, e até uma nova calma, e um novo entendimento do mundo. Uma frase de Osho explica o meu sucesso com alguma facilidade : “Quando o fruto está maduro, ele cai facilmente”, mas claro que houve também esforço da minha parte. Mudar o ambiente em que vivia e começar a meditar foram a chave.

Por isso, falo aqui um bocado sobre a meditação. O que é preciso ? É preciso atenção ao mundo, amor incondicional à verdade. A verdade tal como é tem prioridade sobre as nossas projecções, sobre aquilo que gostaríamos que fosse a verdade. É preciso amar todos os seres humanos ou outros, a sua verdade, o seu erro. Desejar-lhes o melhor, sempre. Se tivermos de decidir entre pôr-nos a nós em perigo ou pôr-nos a eles, devemos pôr-nos a nós em perigo para os salvar. Ou seja devemos sempre oferecer o melhor aos outros. Fazendo-o estamos a salvar-nos também.

Por outro lado, precisamos também de calma. Tendo muita calma, protegemos melhor a verdade, porque há menos erro produzido, porque todo o pensamento acarreta um erro. Na realidade o mais difícil para mim é conseguir não pensar, mas conseguimos fazê-lo com coragem e amor. Temos de ter fé que a natureza de tudo é aberta, que podemos usar as coisas como quisermos, que tudo pode acontecer (ou quase tudo, não se pode voltar atrás !), que não há destino, somos nós que o fazemos, mudamo-lo como o quisermos com a nossa força amorosa. Não podemos destruir, só podemos amar !

Um mestre afirmou: “[meditar] é como investir na sabedoria infinita dos Budas. É como atirar uma pedra num oceano de amor que não tem fundo!

Na Sutra Diamante e noutras afirma-se algo como isto:

silêncio=coragem=verdade=espaço=amor

por outro lado

agir com base no apego a sinais ou ideias feitas=criação de erros

Aconselho-o sempre a cultivar a calma e o silêncio, o amor e a coragem, e a servir o bem e a verdade. Se quiser começar a meditar procure a União Budista Portuguesa ou outro centro devidamente credenciado. O mais difícil é começar !