1. samatha (acalmamento / relaxamento)
- Entre o fim de um pensamento e o começo de outro, há um intervalo. Tente alargá-lo, e repousar na tranquilidade da ausência de pensamentos.
- Tente respirar mais lentamente.
- Relaxar a zona entre os olhos, pela simples razão de normalmente quando nos irritamos franzimos esta zona.
- Não se identifique com os pensamentos, nem lhes dê "trela". Se surgirem pensamentos, deve, calmamente, continuar com a sua prática.
- Pode, com o tempo, verificar que há alguma coisa que o impede de se distrair e o faz voltar a concentrar-se. Recorra a esse truque quando se sentir muito distraído(a).
- Se surgirem pensamentos, pode também misturá-los com os barulhos ou outras sensações do mundo natural à sua volta, como o som do oceano ou da chuva, dos pássaros, ou até com o som do trânsito, embora esta última seja mais difícil.
- Com a mente atenta e clara, o praticante deve estar atento à realidade tal como ela é, sabendo claramente se está num determinado estado ou noutro. O Buda sugere na Satipatthana Sutta que o praticante esteja atento a quatro grandes temas (corpo, sensações, mente, e conceitos abstractos), que incluem diversos sub-temas. A atenção à respiração (anapanasati) é particularmente popular e pode servir de base para a atenção a outros fenómenos. O Buda disse que a atenção é a base da realização. Pessoalmente, penso que podemos equacionar o vipassanā com o conhecimento científico e a capacidade discriminante da mente.
Pessoalmente, considero estas meditações bastante mais alucinatórias do que as anteriores, no sentido de não procurarem tanto a realidade tal como ela é, desprovida de qualidades mentais, mas sim uma abstracção. Por exemplo, na prática do tonglen, é óbvio que na realidade tal como ela é, não há coisas boas nem más, o que impossibilitaria a sua prática. Isto não quer dizer que o seu objectivo, ou o objectivo da prática do budismo tibetano, não seja alcançar a realidade tal como é.
- tonglen: A cada inspiração dizemos: que todo o mal fique comigo. A cada expiração dizemos: que todo o bem vá para vocês. Ao inspirarmos, podemos imaginar que estamos a respirar uma nuvem negra. Esta nuvem é purificada pelo bem que existe em nós, e qundo expiramos, expiramos bem.
- phowa: É a união de uma consciência com uma consciência divina. Os tibetanos costumam fazê-la com uma imagem de uma divindade ou com uma bola de luz imaginada. Eu pessoalmente tendo mais a fazê-lo num contexto de advaita vedanta, uma escola hindu: como tudo é divino, o que faço é misturar tudo o que vejo e chamá-lo divino. Depois fico com uma espécie de "master phowa", ou seja, aquilo que reúne as boas características de todos os objectos com que pratiquei phowa, e tenho tendência a usar mais este.
- A mantra é uma palavra que repetimos muitas vezes. A minha mantra é "Que todos os seres sejam felizes", da Metta Sutta, e também "A forma é o mesmo que o vazio", da Prajñāpāramitā Hṛdaya Sutra.
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